Você sabe o que é e qual o tratamento da adenomiose? Diagnosticada comumente em mulheres com mais de 30 anos e que já estiveram grávidas, a adenomiose pode afetar também pessoas mais jovens, ou que ainda não tiveram filhos.
Com isso, a mulher pode apresentar dificuldades para engravidar, como consequência dessa pataologia. A seguir, conheça mais sobre a adenomiose, condição que atinge uma em cada dez mulheres no período reprodutivo.
A adenomiose é caracterizada pela existência de glândulas e estroma do endométrio (camada interna que reveste o útero) nas fibras musculares e lisas do útero. Em outras palavras, é uma condição que acontece quando o endométrio cresce na camada muscular do útero, chamada de miométrio.
Por motivos ainda não explicados, algumas mulheres têm uma maior predisposção a incorporar a camada interna do útero na camada intermediária. Desse modo, as células endometriais se misturam ao miométrio, resultando na adenomiose.
A adenomiose pode ser focal, localizada em uma determinada região do útero, ou mesmo difusa, quando se espalha por toda a parede uterina, deixando-a mais espessa heterogênea.
Essas alterações na parede do útero levam à inflamação local, com piora durante o período menstrual. As causas do desenvolvimento da adenomiose ainda não estão bem definidas, contudo, algumas teorias são apresentadas sobre o tema.
Estudiosos acreditam que o problema pode ser adquirido durante a vida, em situações como, por exemplo, uma cirurgia uterina ou ginecológica, como miomectomia, cesariana, ou mais de uma gravidez ao longo da vida.
Essa patologia pode ser estimulada por outras condições de estimulação hormonal ou por condiçóes pré-existentes. Outros especialistas acreditam que a doença é congênita, ou seja, está presente desde o nascimento sendo relacionada a uma má-formação uterina durante o período embrionário.
Por ser dependente da presença do hormônio estrogênio, é comum que, junto a adenomiose, coexistam doenças como a endometriose, pólipos e miomas, também dependentes do estrogênio.
A endometriose é uma inflamação crônica em que o tecido do endométrio cresce em regiões e órgãos no exterior do útero. O endométrio, tecido que reveste a cavidade uterina é mensalmente estimulado a crescer durante o ciclo menstrual, pelo estímulo do hormônio estrogênio, se tornando uma camada mais grossa.
Essa camada tem a função de permitir a implantação do embrião quando existe a fertilização do óvulo pelo espermatozóide. Quando esse processo não ocorre, o tecido descama e é eliminado por meio da menstruação.
A endometriose é a presença de endométrio fora do útero, podendo estar nos ovários, trompas, vagina, ou até mesmo no intestino, bexiga e peritôneo (camada que recobre os órgãos no abdome).
A endometriose é dividida em 2 tipos: superficial e profunda. A superficial é responsável por invadir o peritônio. Essa é a forma mais comum da doença, representando até 90% dos casos. Quando não tratada, a endometriose superficial pode se tornar profunda.
A endometriose profunda é definida como implantes do tecido endometrial, que invade o peritônio em mais de 5mm de profundidade, ou então, quando acometem diferentes órgãos, como intestino, bexiga e vagina.
A adenomiose e a endometriose são condições semelhantes, visto que ambas são caracterizadas pelo crescimento desordenado do endométrio. No entanto, a localização do tecido endometrial é que diferencia uma doença da outra.
Enquanto na adenomiose ocorre o crescimento do tecido endometrial desordenado na parede do útero, desenvolvendo glândulas no local, na endometriose, o endométrio está presente em diferentes lugares fora do útero.
Assim, a adenomiose e a endometriose são condições distintas devido à diferenciação das áreas afetadas pelo tecido endometrial. Por esse motivo, exigem tratamentos específicos e individualizados, com o acompanhamento médico para que o diagnóstico adequado seja realizado.
A infertilidade não atinge toda mulher que apresenta adenomiose. Atualmente, são disponibilizados tratamentos individualizados pelos médicos, de acordo com a extensão da doença, os sintomas e o desejo de gravidez. Entre eles, o tratamento com técnicas de reprodução assistida ou o uso de medicamentos, que possibilitam o bloqueio dos hormônios relacionados ao ciclo menstrual.
Além disso, anti-inflamatórios, combatendo a inflamação e aliviando a dor causada pela condição e, por último, cirurgia para retirada do excesso de tecido endometrial, quando a adenomiose é do tipo focal, bem delimitada, e com indicação precisa de tratamento cirúrgico.
De acordo com seu estágio de desenvolvimento, a adenomiose pode causar infertilidade na mulher, pois o embrião pode encontrar dificuldade para se fixar na parede do útero, que levam a falhas na implantação ou abortos.
Além disso, na maioria dos casos, a adenomiose está associada à endometriose, condição apontada como um dos principais fatores de infertilidade feminina.
A resposta inflamatória do organismo devido a adenomiose também aumenta a produção de radicais livres, e pode comprometer a qualidade dos óvulos, espermatozoides e embriões.
Agora que você sabe o que é a adenomiose e o tratamento adequado dessa condição, busque uma clínica de fertilidade especializada para realizar os exames necessários para diagnosticar esse distúrbio, e tratá-lo de acordo com a necessidade.
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Então, confira também as principais técnicas de reprodução assistida!
As doenças genéticas são aquelas causadas por alterações que acometem os genes ou cromossomos. Os genes são o nosso DNA, material genômico que contém informações que ditam todo o funcionamento das células e órgãos do corpo e que determinam as características pessoais de cada indivíduo, como cor da pele, dos olhos, entre outras características, que são transmitidas de geração para geração.
A união dos genes de pessoas diferentes para a formação de um novo ser acontece na fecundação, quando os gametas (que têm 23 cromossomos) feminino e masculino se combinam, dando origem a um zigoto, uma célula com 46 cromossomos, que passará por várias divisões celulares.
Nessas divisões, podem ocorrer algumas mutações, que, em alguns casos, podem trazer prejuízo ao indivíduo. Qualquer erro ou dano em um gene pode desencadear uma doença genética.
Nem toda doença genética é hereditária. Uma doença hereditária é causada por alterações no DNA que são transmitidas de geração em geração, herdadas de pelo menos um dos pais.
O câncer, por exemplo, é causado por alterações no material genético, mas não é transmitido aos descendentes. Assim, toda doença hereditária é uma doença genética, mas nem toda doença genética é hereditária.
O que essas doenças mais afetam geralmente?
Existem inúmeras doenças genéticas que levam ao desenvolvimento de problemas cardiológicos, renais, hepáticos, neurológicos, de fertilidade, respiratórios, entre outros.
Tipos de doenças genéticas
As doenças genéticas são divididas em três tipos:
Qual as mais comuns?
Monogênicas: anemia falciforme, distrofia miotônica, distrofia muscular de Duchene, doença de Huntington, fenilcetonúria, fibrose cística, hemofilia A, hipercolesterolemia familiar, talassemia, síndrome do X frágil, entre outras.
Cromossômicas: síndrome de Down (trissomia 21), síndrome de Turner (trissomia 18), síndrome de Patau (trissomia 13), síndrome do XYY, entre outras.
Multifatoriais: asma, doenças autoimunes, câncer, diabetes, doença inflamatória intestinal, Alzheimer, doenças mentais e malformações congênitas são alguns dos exemplos.
Existe prevenção para as doenças genéticas?
Atualmente, as doenças podem ser descobertas por meio de técnicas moleculares que permitem a identificação do gene que apresenta alguma alteração. Esses exames permitem até mesmo que a doença seja descoberta antes do início dos sintomas.
Com isso, é possível tomar medidas para evitar o agravamento da doença e até mesmo a transmissão para os descendentes do portador.
São exemplos de exames capazes de detectar mutações que tenham chances de desenvolver uma doença genética:
A doença genética é transmissível?
As doenças genéticas podem ser transmitidas através dos genes de geração para geração, mas nem sempre elas se manifestam em todos os indivíduos da família.
Onde posso tratar as doenças genéticas?
O tratamento de uma doença genética deve ser realizado por uma equipe multiprofissional que inclua o médico da especialidade, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos e nutricionistas.
Cada caso é avaliado individualmente, considerando os sintomas, impacto da doença na qualidade de vida, entre outros fatores. O acompanhamento é fundamental para o paciente que possui uma doença genética.
Como a Huntington ajuda pessoas com doenças genéticas?
A prevenção da doença genética pode ser feita quando o casal opta por um tratamento de fertilização in vitro (FIV). Em uma das etapas do tratamento – quando o embrião é formado –, o casal pode optar por realizar um teste genético pré-implantacional, antes da transferência ao útero materno.
O teste diagnostica alterações genéticas através do estudo de células retiradas do embrião que permite diferenciar os embriões saudáveis dos afetados por várias doenças. Dessa forma, apenas o embrião saudável é transferido. Porém, isso não impede que o bebê desenvolva uma doença genética durante a gestação.
O exame é indicado em algumas situações:
Fontes:
Pfizer
Huntington
A irregularidade menstrual é um dos motivos que leva mulheres, ou casais, a buscarem tratamento em uma clínica de fertilidade, um deles é a fertilização in vitro. Uma das causas de infertilidade entre a população feminina são os ovários policísticos.
Essa condição afeta de 4 a 12% das mulheres, e pode ser diagnosticada logo após a primeira menstruação ou durante a idade reprodutiva, quando surgem os sintomas.
A seguir, confira a possibilidade da fertilização in vitro para mulheres com síndrome de ovários policísticos, e qual a influência dessa condição no procedimento.
A Síndrome de Ovário Policístico (SOP) é um distúrbio endocrinológico que se caracteriza pelo desenvolvimento de múltiplos microcistos nos ovários, dificuldade para ovular e produção de androgênios (testosterona) no organismo da mulher.
O aumento nos níveis desses hormônios leva a ciclos irregulares, acne, aumento de pelos e perda de cabelo (alopécia). Pode também aumentar a resistência a insulina, causando sintomas como ganho de peso e diabetes.
Sim, a fertilização in vitro é um dos tratamentos para a SOP. O procedimento é a técnica de reprodução assistida que apresenta maiores índices de sucesso e o mais indicado para mulheres acima de 36 anos.
A fertilização in vitro apresenta a maior taxa de sucesso entre os tratamentos de reprodução assistida, com média de 40% por tentativa.
Contudo, pacientes com SOP tem alguns riscos maiores durante o procedimento.
Um estudo comparou resultados da fertilização in vitro em mulheres com SOP e mulheres sem a síndrome e percebeu que o primeiro grupo apresentou menor taxa de implantação, assim como maior incidência da hiperestimulação ovariana.
Ou seja, ocorre o excesso de estimulação dos ovários, podendo afetar a saúde da mulher. Pacientes com SOP apresentam resposta mais intensa à estimulação ovariana devido os ovários que possuem diversos folículos parcialmente desenvolvidos. Contudo, quando bem indicado e bem acompanhado, o tratamento é segura para essas pacientes.
A fertilização in vitro é uma técnica que conta com diversas etapas. Por isso, deve-se respeitar esse tempo para garantir a eficácia do tratamento. Confira como são as etapas da fertilização in vitro, para mulheres com SOP.
A fertilização é a fecundação do óvulo pelo espermatozoide, em laboratório, para formação de embriões, que serão posteriormente introduzidos no útero. O primeiro passo para a técnica é a coleta dos gametas (espermatozoides e óvulos).
O ciclo menstrual regular permite que a mulher produza um óvulo por mês. Na fertilização in vitro, o primeiro procedimento é o estímulo dos ovários, com hormônios, para que a mulher possa produzir mais óvulos em um único ciclo.
Dessa forma, pode-se obter mais gametas femininos e formar mais embriões, aumentando as chances da gravidez. Nessa etapa, ocorre a administração dos hormônios logo no início do ciclo menstrual, assim que ocorre a menstruação.
Com o acompanhamento médico e de ultrassonografia para observar o crescimento dos folículos é possível identificar quando os óvulos já estão preparados para serem coletados. Em laboratório, os óvulos maduros são utilizados para a fecundação, com o espermatozoide.
A diferença para mulheres com SOP, é que elas podem apresentar resposta excessiva à estimulação ovariana por apresentar vários folículos parcialmente desenvolvidos que estariam prontos para a estimulação.
Essa alta sensibilidade diante dos medicamentos usados como estimuladores ovarianos permite que se faça uma mudança na abordagem terapêutica. Por isso, doses reduzidas desses medicamentos são utilizadas.
Nessa etapa, o médico especialista retira os óvulos, por uma punção dos ovários, guiada por ultrassom. Uma vez realizado este procedimento, os óvulos maduros são utilizados para a fecundação.
O processo de coleta de espermatozoides é feito, na maioria das vezes, de forma simples por meio da masturbação, que obtém o sêmen. Assim, ambos os gametas podem ser analisados e preparados para a próxima etapa.
Na fecundação os gametas são unidos para a formação de embriões. A fertilização in vitro é a forma tradicional de união de gametas, com óvulos e espermatozoides colocados no mesmo espaço para que aconteça a junção de ambos de forma espontânea.
Em um prazo de 24 horas já é possível identificar se ocorreu ou não a fecundacão. E acompanhar quantos embriões serão formados.
Na transferência embrionária o médico introduz o embrião no útero da tentante. Esse procedimento pode ocorrer entre o segundo ou sétimo dia após a junção dos gametas, em laboratório.
Durante o procedimento, o embrião continua seu desenvolvimento, se preparando para aderir ao endométrio (parede que reveste o útero). Durante a transferência, o profissional utiliza aparelhos de ultrassonografia como auxílio, de forma a permitir a visualização do útero e local em que o embrião será colocado.
O número de embriões transferidos dependerá de cada caso, considerando a idade, histórico, e outros fatores. É permitido, em mulheres com mais de 37 anos, até três embriões. Contudo, um número maior que este pode colocar a gestação em risco.
A última etapa da FIV consiste não só na verificação da gestação. Mas também no acompanhamento psicológico da mulher. Isso porque, o período pós-transferência é caracterizado pela ansiedade e expectativa do resultado.
Assim, essa é uma etapa que deve ter o cuidado mental e equilíbrio emocional incentivado, para ajudar na aceitação do resultado, seja ele positivo ou negativo.
Após aproximadamente 11 dias é realizado o teste de sangue (Beta HCG), para confirmar o sucesso da FIV. Mesmo que o resultado positivo seja o primeiro sinal de uma fecundação de sucesso, como em qualquer outro processo de gestação, novos exames precisam ser feitos.
Assim, em torno de 14 dias após esse primeiro exame, médicos recomendam que um ultrassom seja realizado para confirmar a gravidez.
Agora você já sabe a influência da síndrome do ovário policístico para a realização da fertilização in vitro, é possível realizar esse tratamento de forma segura para mulheres com SOP que buscam uma gestação.
Então, veja também qual a diferença entre fertilização in vitro e inseminação artificial, e em quais casos cada uma delas é indicada!